Autor: Boris Cyrulnik
Tradução: Claudia Berliner
Editora: WMF
Ano: 2009
Número de páginas: 186
Categoria Principal: Demais Livros
até 2x de R$20,97 sem juros
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Introdução 1
Epistemologiado cozido 3
O pensamento fácil consiste em escolher um campo,
acumular saberes e ignorar o outro lado. Daí decorre uma
lógica capenga que gera uma imagem hemiplégica do
psiquismo humano. Este livro propõe um método
integrativo de dados provenientes de disciplinas diversas,
a partir dos quais já não será preciso separar alma e corpo
Capítulo I. Os afetivamente frágeis
Paraa alegria dos pensamentos preguiçosos 7
A vulnerabilidade é biológica?
Ressonância: traço-de-união entre a história de um e a biologia
do outro 9
Um traço morfológico ou comportamental da criança
provoca uma resposta que depende da história do pai
ou da mãe
O gene do super-homem 12
Quer se trate de macacos ou de homens, um conjunto de
genes possibilita o transporte de quantidades variáveis de
serotonina, neurotransmissor que luta contra a depressão
Cérebro, massa de modelar e cultura 15
A noção de facilitação, proposta por Freud, é hoje
confirmada pela neurobiologia
Biologia do afeto nos macacos e nos humanos 18
Uma alteração do meio altera o estilo afetivo da criança
pequena, diferentemente segundo seu transporte de
serotonina
Sociologia da vulnerabilidade 20
Uma criança biologicamente vulnerável pode se
desenvolver bem num meio em que uma invulnerável
será muito infeliz
Alerta pacífico 22
Um pouco de angústia possibilita a rotinização que,
em nossa cultura, conduz ao sucesso social
Biologia do apego 24
Como amar quando se está ferido
O problema das crianças sem problemas 27
Deve-se tratar as crianças bem-comportadas?
Capítulo Il. Fórmula química da felicidade
Felicidade com nuvens 29
Quando a morte de um filho é uma história de amor,
quando a dor atroz se mescla com a felicidade extrema,
deve-se associar o cérebro e a cultura para tentar entender
esse chocante paradoxo
Não sabemos que sabemos 32
Não tomamos consciência nem de todas as nossas
percepções nem de todas as nossas emoções
Zonas cerebrais do gosto do mundo 34
Felicidades e infelicidades sem objeto dependem dos
lugares do cérebro
O acoplamento da felicidade com a infelicidade 37
Também no cérebro os opositores se acoplam
Sexo e memória 39
Quando se deseja um outro, a memória biológica possibilita
conhecê-lo de cor
A memória não é o retorno do passado 42
Uma representação de nossa história ou um relato
estimulam o complexo amigdaloide, no fundo de nosso
cérebro
Biologia da separação 44
Uma perda afetiva, ainda que breve, modifica nossas
secreções hormonais
As estradas do afeto 46
Uma tristeza estimula a mesma zona cerebral que uma
dor física
Prazer ansioso da partida, prazer entorpecido do retorno 49
Quando o medo do desconhecido leva ao prazer da
descoberta, o retomo ao conhecido provoca um
entorpecimento apaziguador
O cordão que une a alma ao cérebro 51
Anunciar uma desgraça desemboca na zona cerebral que
percebe uma queimadura
A nova vida do falecido 53
A perda é irremediável, mas o luto depende da cultura
Nem todas as mortes são idênticas 56
O modo como nossos familiares morrem faz parte do luto.
Perder o pai não é perder a mãe
Biologia da perda afetiva 58
Quer se seja macaco, elefante ou homem, a morte de um
familiar modifica a eletricidade cerebral e a secreção dos
hormônios
Mitos e biologia da perda 60
O discurso cultural organiza o envoltório sensorial que
facilita o trabalho de luto ou o impede
Capítulo llI. Os dois inconscientes
Os cavalos do inconsciente 65
Faz tempo que andam na cola dos inconscientes
O inconsciente cognitivo não sabe que sabe. O inconsciente
freudiano dá um jeito de não saber 69
A memória do corpo não é a de nossas representações
Memória sem lembrança nos insetos e nos cientistas 71
Ela agudiza percepções preferenciais e provoca o
surgimento de compreensões inesperadas
Envoltório sensorial biológico 74
Traço-de-união biológico entre duas almas é também um
envoltório de significantes
Envoltório sensorial histórico 76
Esse envoltório biológico está organizado pela ideia que se
tem de si com o outro
O meio enriquecido dos saguis 79
Quando o ambiente é rico em árvores, água e recantos, o
cérebro é maior
O sonho dos cegos 82
Um cego sonha com as imagens que, no passado,
impregnaram circuitos cerebrais
A estampagem sexual 85
Todo ato modifica a secreção dos hormônios que tomam
sensível para o outro
Efeito biológico da fala 87
O efeito afetivo da fala modifica o cérebro da memória
e das emoções
Memória pré-histórica e lembranças proibidas 88
Memória sem lembranças possíveis e memória sem
lembranças recordadas
Os cavalos opostos 90
Um cavalo biológico e um cavalo psicológico atrelados à
mesma carruagem não puxam na mesma direção
Neurologia do inconsciente insabido 93
O mundo de que tomamos consciência nem sempre é
aquele que percebemos
Amor, maus-tratos e contrassenso afetivo 96
A galáxia afetiva pode propor para a criança uma relação de
maus-tratos e uma outra amorosa
Ressoar não é raciocinar 100
Um mesmo fato pode ganhar alento num meio e se apagar
em outro
Capítulo IV.A preocupação com o outro
Um fica mal quando o outro sofre 103
Por que se pôr no lugar do outro quando ele está mal?
A empatia animal 106
Processo de descentramento de si. Fundamento da moral,
antes do homem
Afeto e empatia humanos 108
Uma competência cerebral para a empatia só pode
se transformar em performance no interior de um
envoltório afetivo
Tornar-se empático 111
Primeiro é preciso perceber o outro e desejar imitá-lo para
depois se impedir de fazê-lo
Desejar sem agir prepara para a fala 114
Um desejo satisfeito se extingue, um desejo impedido nos
ensina a vocalizar
Para amar, é preciso salvar 116
Salvar e ser salvo atam o primeiro nó do laço afetivo
Estar em paz consigo mesmo para decodificar melhor o outro 118
As crianças isoladas devido a causas neurológicas ou
ambientais não aprendem a de codificar os sinais
Mil maneiras de se preocupar com um outro 121
Excesso de um ou excesso do outro alteram a empatia
O fim da empatia 123
Um outro tem de nos atrair para que o descentramento de
si leve ao desenvolvimento da empatia
Pôr-se no lugar do outro para convir na fala 125
Quando se entende que o que se vê no corpo do outro
representa o invisível, prepara-se uma ponte de linguagem
A empatia doente 127
Quando o que se percebe no corpo do outro não designa
sua alma, a empatia malformada se toma fonte de
falsos sentidos
Você precisa ser louco para não acreditar no delírio dele 130
Ver o outro comer dá às crianças autistas a sensação de
estarem sendo tocadas
Empatia e cinema 132
A gente sabe que não é de verdade e no entanto chora
Uma gargalhada desesperada 134
Quando as pessoas se opõem violentamente à tristeza,
uma gargalhada pode causar vergonha
A história dá sentido à empatia 135
O que eu entendo de seu mundo interior está carregado de
um sentido proveniente de minha história
Capítulo V. Casamento da história com o cérebro idoso
Velhice animal 139
Os animais envelhecem como nós: cuidado com a analogia
O desgaste dos corpos. Causas naturais e culturais 142
Se você é baleia, tartaruga ou ser humano sua deterioração
estará geneticamente determinada. Mas se você for
aristocrata ou professor, também estará culturalmente
determinada
A longa memória dos idosos 144
Sem memória, a vida não tem sentido, como demonstram
os lobotomizados e as demências frontotemporais
Momentos privilegiados de nossas reminiscências 146
Os importantes traços mnêmicos dos primeiros anos dão
menos lembranças que os picos de reminiscência sexual
e social
Novas formas de amar 149
A constelação afetiva dos idosos fica muito modificada.
Amaneira de eles a sentirem também
Deus e o apego 152
Da angústia ao êxtase divino. Amamos a Deus como
amamos os homens?
Deus e o amor sublime 155
Quando a realidade nos tortura, o amor de Deus nos
maravilha
Quando o sublime se torna mórbido 157
Morte de Deus e Deus totalitário
Inversão dos apegos 159
Compartilhar das crenças daqueles que amamos
Morrer não é perder a vida 162
Morrer é partir para um alhures desconhecido. Perder a vida
é deixar o que conhecemos
Interdição da neuromusicologia 164
Somente a música ocidental é civilizada. A do senhor
Neandertal é uma arqueomúsica
A favor de uma zoomusicologia 166
Polifonia entre os gibões, trilado dos tentilhões e cultura
musical dos pássaros
Como a música modela o cérebro humano 168
A facilitação neuronal dos primeiros anos aumenta o
volume do cérebro dos idosos
Músicas ou palavras 171
A música cerca a linguagem mas não é linguagem. Ela
persiste quando a doença de Alzheimer apaga a memória
das palavras
Estranhas memórias musicais 173
Certas doenças genéticas dão uma memória musical
estupenda e sinestesias estranhas nos autistas e
superdotados
Seria possível viver sem música? 175
Freud e Che Guevara, para quem a música era um barulho
incômodo, viveram sem ela. Os idosos, graças às canções,
recuperam o prazer e a identidade de sua mocidade
Velhices e culturas 177
Quando a representação é linear, a velhice é um naufrágio.
Mas, quando uma cultura nos faz viver num tempo cíclico,
a demência de Alzheimer não é uma doença
Moral da história 181
É preciso renunciar às causalidades lineares. O convite para
descobrir as descobertas dos outros impede o dogmatismo.
Numa galáxia de determinantes, cada história de vida é
uma aventura única
A alma e o corpo são inseparáveis.Os olhos de minhalma
e meu corpo não têm uma diferente linguagem ...
Desenhos 185