MAL-ESTAR, SOFRIMENTO E SINTOMA - UMA PSICOPATOLOGIA DO BRASIL ENTRE MUROS

MAL-ESTAR, SOFRIMENTO E SINTOMA - UMA PSICOPATOLOGIA DO BRASIL ENTRE MUROS

Código: 9788575593950

Marca: Boitempo


Autor: Christian Ingo Lenz Dunker

Editora: Boitempo

Coleção: Estado de Sítio

Ano: 2015

Número de páginas: 413

Categoria Principal: Teoria Psicanalítica



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Em seu novo livro, o psicanalista e professor do Instituto de Psicologia da USP Christian Dunker realiza uma abordagem original sobre o mal-estar, o sofrimento e o sintoma na sociedade brasileira. Unindo teoria social e psicanálise, o autor conclui que a privatização do espaço público transforma a própria vida em formas de condomínio, com seus regulamentos, síndicos, gestores e muros: o sonho brasileiro de consumo elevado a paradigma da forma de vida hegemônica no imaginário nacional. Não por acaso, o caminho escolhido na história brasileira é o de despolitizar o sofrimento, medicalizar o mal-estar e condominializar o sintoma, diz José Luiz Aidar Prado no texto de orelha. Mas os sonhos de condomínio fechado produzem monstros, e é sobre eles que este livro discorre. Com suas estratégias de nomeação e controle de todo tipo de mal-estar, o novo espírito do capitalismo nos impede de reconhecer a aspiração de liberdade presente em toda formação de sintoma. Fazendo um paralelo com a vida em forma de condomínio, Mal-estar, sofrimento e sintoma apresenta um novo sintoma social brasileiro, que sofre do mal que pretende erradicar. A obra, dividida em cinco partes, explora as diferenças na tríade mal-estar, sofrimento e sintoma para muito além da visão funcionalista descritiva das patologias mentais. Para o psicanalista, o sofrimento é indissociável de uma experiência que mobiliza sistemas sociais de valores, narrativas e expectativas fracassadas de reconhecimento. A partir dessa premissa, se aprofunda em como a experiência nacional e suas formas de sociabilidade fornecem quadros de circulação dos desejos e afetos, definindo especificidades das patologias mentais. Dunker se dedica a um impressionante esforço de recolocar o capítulo brasileiro da história da psicanálise no interior de um debate mais amplo a respeito das tensões de nosso processo recente de formação cultural, afirma o filósofo Vladimir Safatle, no prefácio do livro. O ato de diagnosticar tem se tornado uma das atividades mais valorizadas em nossa sociedade: desde as políticas públicas, o terceiro setor e a educação, até a recém-cultura dos coachings, mentorings e head hunters , nossas vidas têm sido cada vez mais pautadas por esse comportamento. No entanto, estabelecer um diagnóstico é também definir um pequeno estado de sítio, uma anomalia, uma desordem que será então objeto de ação clínica, mas também biopolítica. Nossa razão diagnóstica tem definido a fronteira entre mal-estar, sofrimento e sintoma sob a perspectiva de um capitalismo à brasileira. Repensá-la e rever a recepção da psicanálise no Brasil é propor a reconstrução de nossas formas de vida. Dunker o faz a partir de uma arqueologia da psicanálise brasileira em conjunção com uma retomada das teorias de brasilidade, conclui Aidar Prado.

Prefácio: Depois dos muros de Alphaville, o mato 9
Vladimir Safade

Agradecimentos 13

Nota do autor 17

Introdução 19
Do diagnóstico à diagnóstica 23
Patologias do social 28
Um sintoma à brasileira .41

1. A lógica do condomínio .47
Topologia da segregação .47
Muros e demandas 5 9
O síndico e seus descontentes 72
Narrativas de sofrimento no cinema brasileiro da Retomada 82
Controvérsias diagnósticas 99

2. Psicanálise e modernidade brasileira 107
Onde estou? Que horas são? 107
Mal-estar entre muros 115
O inconsciente e o totem 124
Intérpretes do sofrimento 130
Institucionalismo 139
Muro, fronteiras e litorais 147
De envolvimento 150
Pacto de formação 154
Totemismo e animismo 166
O debate diagnóstico dos anos 2000 176

3. Mal-estar, sofrimento e sintoma 185
Marx, inventor do sintoma? 185
Os nomes do mal-estar 192
A metáfora do sintoma 212
Narrativas de sofrimento 219
Do alienismo à psicopatologia 235
Antropologia e filosofia da história 253
1998: anorexia em Hong Kong 257
1823: anorexia e histeria na Europa 264
1877: beribéri de tremeliques em São Luís do Maranhão 266

4. Diagnóstico da modernidade e perspectivismo ameríndio 273
Formas de vida 273
Experiência da perda e perda da experiência 279
Psicopatologia psicanalítica e perspectivismo animista 291
O psicanalista como xamã: reformulação , 297
Torção assimétrica 300
Por que a psicanálise precisa de uma teoria do reconhecimento? 304

5. Releitura da diagnóstica lacaniana 321
Uma redefinição do patológico 321
Neurótico-centrismo 329
Liberdade e verdade como critérios do patológico 333
Paranoia 339
Experiência e negação 347
Contingência e multinaturalismo 352
O impossível encontro na mata 355
O mito individual do neurótico 361
Da determinação totemista à indeterminação animista 372
Teoria dos quatro discursos 381
Sexuação 388

Conclusão: crítica e clínica 397

Índice remissivo 407



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