LUTO À FLOR DA PELE - AS TATUAGENS IN MEMORIAM EM LEITURA PSICANALÍTICA

LUTO À FLOR DA PELE - AS TATUAGENS IN MEMORIAM EM LEITURA PSICANALÍTICA


Autora: Miriam Ximenes Pinho-Fuse
Editora: Blucher
Série Dor e Existência
Ano: 2022
Número de páginas: 536
Categoria Principal: Teoria Psicanalítica


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Enquanto signo não standard de luto, as tatuagens surpreendem pela rápida e ampla absorção não só entre jovens. Quando iniciamos nosso estudo, nos perguntávamos sobre o estatuto desse signo e sua função no luto, intrigados como estávamos se esse tributo não seria apenas mais uma "nova onda ornamental" no contexto da banalização da morte e do luto ou até mesmo uma forma de negação. Mas quem realmente teria a palavra para dizer o que se passa senão os sujeitos tatuados por ocasião de luto?

Se atualmente o luto é vivido solitariamente, sem contar tanto quanto no passado com o suporte dos ritos e do público que o acompanhava, sobra cada vez mais para o sujeito a tarefa de encontrar ou inventar um modo particular de ritualizar o pesar fazendo valer o direito à memória e à rememoração (logo, comemoração) dos mortos.

Nesse contexto, as novas expressões de luto parecem responder à persistente necessidade humana de fabricar signos para se lembrar dos mortos conferindo-lhes alguma duração. Mas não só. No luto que abre um "furo no real", convoca-se nada menos que todos os recursos simbólicos e imaginários para forçar, no furo, uma escrita possível da perda. Se "a pele é o que há de mais profundo no homem", como escreveu o poeta, a tatuagem in memoriam transita entre dois registros, o do visível e o do invisível. Sua presença é uma sombra, a marca de uma ausência irremediável.

Introdução; 25
1. A interdição do luto; 30
2. A prescrição do luto; 30
3. Novas modalidades de relação com os mortos; 31

1. A dessocialização da morte; 35
1. Figurações da morte em três tempos; 42
2. Luto desritualizado, luto privado; 75
3. A morte redescoberta; 119

2. O luto em seu caráter público ou o luto como ritual social; 133
1. O que são ritos?; 137
2. Rituais fúnebres: revisitando os clássicos; 175
3. Perspectiva, finalidade e funções dos ritos fúnebres; 186
4. Pelo direito ao rito; 196
5. Reconfigurações dos ritos no contemporâneo 206

3. "Essas coisas têm de subsistir de alguma forma": modos de se resistir à transitoriedade; 217
1. A procriação e a glória, ou o nome e o renome; 220
2. O túmulo literário ou a posteridade em letras; 230

4. Uma analítica do luto; 251
1. Freud: o trabalho do luto; 253
2. Dos limites da rememoração: no meio da travessia, o real; 284
3. Lacan: luto furo no real; 296
4. Uma escrita do luto; 364

5. Luto à flor da pele: as tatuagens in memoriam; 381
1. Uma escritura corporal; 385
2. Luto encor(ps): o tributo encarnado; 407
3. Um rito fúnebre individual; 456

6. À flor da pele; 481

Referências; 487
 
Apêndice: O problema de Hamlet - Balizamentos e anotações marginais ao seminário de Lacan "O desejo e sua interpretação"; 505
    Uma breve incursão por Elsinore; 508
    As origens da peça; 510
    O texto da peça; 512
    O estilo precioso do bardo; 514
    O problema de Hamlet: soluções; 518
    Ellas Sharpe com Hamlet; 522
    Referências; 530



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