O autor abre diversas linhas de pensamento sobre a atualidade da prática clínica
diante do social que se impõe. Retoma o conceito proposto pelo historiador Sérgio Buarque
de Holanda em Raízes do Brasil ao questionar o estigma da cordialidade do brasileiro, que,
conforme coloca o autor, opõe-se ao conceito de cortesia. Como eticamente está bem
colocado no título, não se trata de questionar a cultura brasileira, mas de questionar a partir
da cultura brasileira. Os efeitos desse encontro, resguardando a especificidade de uma
prática como a psicanálise, revelam o quanto estamos diante de um processo dinâmico em
constante reestruturação. A clínica psicanalítica não combina com um discurso fechado e
imutável. Freud revisou a sua técnica durante a vida toda. A dificuldade está em atualizar a
prática clínica mantendo a especificidade que faz dela uma psicanálise. Roland Chemama
se mantém fiel ao discurso psicanalítico e por isso mesmo ele o questiona. Nada mais
lacaniano.
Prefácio; 7
Introdução; 15
Os brasileiros são "cordiais"?; 19
Gozos; 27
Clivagens; 35
Uma pluralidade de referências simbólicas; 43
Da questão do Um à da política; 51
Política e psicanálise na época do Covid-19; 59