Entre 1885 e 1886, em visita ao hospital parisiense La Salpêtrière, Freud entrou em contato com o ¿teatro da histeria¿ dirigido por Charcot ¿ experiência que viria a ser determinante para o nascimento da psicanálise. Antonio Quinet usa esse encontro como base para criar uma peça em que propõe um gênero novo de articulação entre arte e pensamento: a psicanálise implicada no teatro. O autor fala da histeria a partir do teatro ¿ não numa narrativa histórica e sim numa interpretação cênica que tem como ponto de partida o que o inconsciente histérico ensina: quem comanda é a Outra Cena.Ambientada na Salpêtrière e na mansão de Charcot, essa peça traz à cena as histerias de hospital e de salão. Convulsiva, dramática, lírica, contorsionista, cômica e ilusionista, a histeria aparece em todo seu esplendor de situações e sintomas como expressão artística e modalidade de laço social, para além da patologia. Protagonizam a peça Charcot, Freud e Babinski, acompanhados de coadjuvantes do porte de Sarah Bernhard, D. Pedro II e muitos outros, que se deslocam no palco da história para fazer brilhar o protagonista: o corpo encharcado de histeria.O livro inclui uma contextualização histórica dos personagens, além de anexos em que o autor apresenta uma cronologia das diferentes concepções da histeria (do antigo Egito até os dias de hoje) e esclarece em linguagem simples o que é essa afecção ¿ uma questão ainda extremamente polêmica, pertinente e atual. Contando com mais de 50 ilustrações, A lição de Charcot é para ser aprendida tanto por curiosos quanto por profissinais da mente e do palco.
Apresentação 7
A Peça 17
Personagens 18
Prólogo 19
Primeiro Ato 23
Segundo Ato 36
Terceiro Ato 50
Quarto Ato 61
Anexos 77
Sobre os personagens 79
Observações 87
Concepções da histeria 90
Histeria já! 108
A histeria encharcou... 124
Iconografia 129
Fontes e créditos iconográficos 145
Agradecimentos 150