A REPRESENTAÇÃO - ENSAIO PSICANALÍTICO

A REPRESENTAÇÃO - ENSAIO PSICANALÍTICO

Código: 8571370109

Marca: Escuta


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Autor: NICOS NICOLAIDIS
Editora: ESCUTA
Ano: 1989
Número de páginas: 214
Categoria principal: Teoria psicanalítica

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Fazendo amplo uso da psicanálise, Nicolaïdis apóia sua reflexão num material tomado tanto da cultura grega quanto da filosofia das artes góticas e da clínica. Prosseguindo a pesquisa esboçada nos escritos precedentes, o autor ilustra sua proposta desenvolvendo as surpreendentes analogias entre a evolução dos mitos teogônicos, a evolução da escrita e o processo psicossexual do indivíduo.

LIVRO NOVO, MAS DEVIDO AO ANO DE IMPRESSÃO AS LATERAIS ESTÃO COM ALGUMAS MANCHAS.


PREFÁCIO PARA A EDIÇÃO EM PORTUGUÊS ..... 17


NOTAS PRELIMINARES ...................... 21


PRÓLOGO ................................. 47


1. A REPRESENTAÇÃO DO CORPO: UMA ENTIDADE TOPOGRÁFICA ............................. 51

O corpo falante veicula a inscrição da história do sujeito.Pulsão, conceito fronteiriço; corpo e representante psíquico. Representante, afeto, história da pulsão, hominização. A transformação da pulsão elementar em representação psíquica.


2. MODO DE APRESENTAÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES .......... 57

Representação, sistema Percepção-Consciência e sistema Pré-consciente-Consciente. Investimentos segundo fixações-regressões, traços mnêmicos. Significante saussuriano e significante psicanalítico (conceito-pulsão, sincronia-diacronia) como forma da representação freudiana. As metáforas linguageiras de Freud e o papel da imagem acústica.


3. O OBJETO REFERENTE, FALHA DE REPRESENTACÃO ............ 63

A alucinação da satisfação e sua insuficiência defensiviva com respeito à desorganização (libido, destrudo). A representação do
referente, pulsão em imagem concreta não alucinável (significante e significado ainda não são distintos). O objeto referente, e seu
período, como explicação do temor de desmantelamento (Winnicott), das desorganizações contra-evolutivas (P. Marty, M. Fain) e de toda experiência clínica onde a organização da representação está ausente. A alucinação primitiva de Freud com relação à representação do referente e à representação significante. O referente em linguística e em psicanálise. Abordagens vizinhas do referente. Ananké e desejo. Édipo que reconheceu Laio na encruzilhada e Jocasta na cama. A pré-existência filogenética e mitológica da representação fálica do significante. O sonho do Mont Blanc, significando o mon blanc relacional. O objeto negativo, o branco de branco e o protôtipo fálico branco. Pré-seio ou pré-falo? A dose fálica necessária (na mãe e no analista) que corta e permite ao mesmo tempo.


4. O OBJETO REFERENTE E UMA NOVA TÓPICA PSICOSSOMÁTICA .......................... 79

A nova tópica metapsicolôgica de P. Marty e as idéias complementares ou críticas de M. Fain. Analogias com o objeto referente. Os operatórios como sobre-significantes des-simbólicos e a sobre-significação do delido com um afluxo simbôlico privado. Os fantasmas histórico-mitológicos dos pais e o objeto referente. Aquém da automação repetitiva e do princípio de sensibilidade do inconsciente parcelar de P. Marty.


5. A ESCRITA: PROTÓTIPO CORPORAL DA LÍNGUA ................... 89

O campo do simbolismo onírico ligado às línguas arcaicas (Freud); a história e os mecanismos da linguagem como modelo psicanalítico. A escrita, uma espécie de protótipo corporal da linguagem. Pensamento visual, pensamento verbal. O hieróglifo, escrita-metáfora pela qual se expressa o processo primário. Lineares A e B e a secundarização pelo alfabeto. As escritas ideogrâmicas ou silábicas (chinês, japonês) podem estruturar um pré-consciente? A palavra representando o afeto e o sentido representa além disto um todo (criação representativa nova).


6. O NEOLOGISMO: HIPÓTESE PERVERSA AUTO-ERÓTICA ............ 97

Oscilação entre polo narcisista e polo objetal. Dupla mensagem que cria uma armadilha para a comunicação devido à sua forma privada, fora da lei sintáxica ou semântica. O pré-consciente perturbado enquanto aparelho, ou forçado por uma pulsão particular,não representável (separada dos traços mnêmicos) é obrigado, economicamente, a dar uma expressão neológica. Uma ligação louca entre inconsciente e pré-consciente. O pré-consciente cede frente a uma representação parcial e tenta nomeá-la à maneira de um todo; movimento da perversão. O neologismo, reflexo auto-erótico do sujeito, sendo ao mesmo tempo cabeça-de-ponte de um objeto impossível de encontrar. Cumplicidade de um pré-consciente fascinado e violado por uma pulsão, mas também aliviado de ter conseguido controlar esta pulsão. Tendência a controlar a angústia provocada pela percepção da ausência do pênis na mãe; neo-formulação que confirma a recusa da percepção da castração. A língua materna representa uma significância fálica, que lhe foi concedida no lugar de seu pênis faltante. O neologismo perde seu valor sexual, é uma neo-necessidade de uma necessidade vital.


7. FRACASSO SIMBÓLICO DA LÍNGUA MATERNA ................... 105

Análise psicopatológica do livro de L. Wolfson, Le Schizo et lês langues. Recusa da língua materna, oscilação regressiva entre uma fixação oral primária e certos esboços de analidade. Recusa de falar e, sobretudo, de escutar sua língua materna. A imagem acústica da mãe falante; som e imagem. Significante prosódico e desligamento (esquize) entre significante e significado. Má experiência prosódica no momento da desfusão. Agressividade oral pelo alimento. A fala coisa oral natural (não simbólica), alimentos, necessidades anti-desejante. O antídoto: um equivalente fonético, mudança de fonema mais do que do sentido. A língua estrangeira última esperança de retotalizar o parcial. Fracasso ao nível da função simbólica, mas também ao nível da separação-união; o traço de união vivido como perigoso e destrutivo. A língua materna dos pais; o idiche hipotecado por uma recusa, o inglês vivido como uma prótese. O idiche, uma língua particular na sua relação entre significante e significado. A língua materna que se toma madrastal. Uma mãe partenogenética e partenoglôssica. Fracasso da transferência da metáfora paterna fálica.


8. A LÍNGUA MATERNA: AS TRIPAS E OS TROPOS ................. 123

A língua materna representação de uma das instâncias que representam o objeto. Das imagens figurativas à fala veiculada pelas
palavras alfabéticas. O lado imajante da alucinação e o delírio que utiliza um mecanismo imajante (imediatez e falta de tropos metáforo-metonímicos). A língua estrangeira, meio de defesa ou de resistência na relação psicanalítica. A infra-estrutura hieroglífica da língua, rocha inanalisável e defesa contra o desmantelamento. O sentido estrito da palavra e o sentido metafôrico em psicanálise.


9. IMAGENS E/OU REPRESENTAÇÃO: UM CASO.......... 131

As percepções-sensações são todas elas representáveis? Indigestão do aparelho representativo por um afluxo de imagens. Caso onde as imagens dominam, ameaçam e petrificam. A imagem decompõe o sujeito e o tempo. A imagem, matéria-prima, veiculando a pulsão, em busca das representações; seu apagamento equivaleria a uma hemorragia psíquica. Desarmonia entre os componentes visuais e auditivos: colapso endo-significante. Hipóteses: da neurose atual (Freud, J. Mcdougall, teóricos da psicossomática) ou da imagem da coisa corporal (P. Aulagnier). Referente, auto-referência de uma atividade inaugural, falta de programação (P. Marty).


10. IMAGEM, ESCRITA E EVOLUÇÃO PSICOSSEXUAL ................. 149

A primazia da representação de coisa na escrita hieroglífica. Comunicação por especularização simétrica, reconhecimento direto do objeto sem intermediário simbólico. Atração permanente em direção à imagem que imanta o aparelho psíquico em direção ao corpo da mãe (o primeiro espelho). A colisão dos corpos mãe-criança breca e elaboração do pensamento que passa pelas palavras. Atração semelhante que imobiliza o pensamento do psicôtico numa representação imajante que o oprime e o impede de simbolizar. A assimetria, s a refração dióptrica, toma toda substituição possível, toda metáfora possível. A assimetria se organiza pela seletividade esfincteriana anal que propõe uma disciplina à relação assimétrica. Os traços mnênicos formam representações imajantes podendo servir de suporte para expressões metafóricas e metonímicas.


11. O DESDOBRAMENTO FÁLICO NO AUTO-EROTISMO .............. 155

A teogonia do mundo subterrâneo; Pito, Píton, (Apolo) Pítio, Pítia. O assassinato de Píton (falo materno) ruptura-corte dos laços no lugar délfico. A pulsão sexual decorrente desta separação toma-se auto-erôtica (sobre-investimento de seu prôprio falo). Na sua função délfica Apolo é mediano e reflexivo. Identificação mimética por intermédio da redução fálica representando sua sombra simétrica. Momentaneidade inapreensível do auto-erotismo, rocha inanalisável para os dois sexos, mas catalisador indispensável para a relação objetal. Escrita auto-erôtica, autárquica, auto-tômica (J. Gillibert), indecifrável: o linear A, situando-se entre o ideograma e o linear B.


12. ESCRITA GEOMÉTRICA, TOTALIZAÇÃO DO OBJETO .............. 163

Os séculos obscuros (1100-750 a.C.), solução de continuidade da civilização helênica ou fase de latência? Desaparecimento da escrita, liberação da fala de sua infra-estrutura gráfica rígida e elementar (linear B); possibilidade de uma evolução em direção a um pensamento abstraio, poético e metafórico (infra-estrutura gráfica alfabética). Ponto zero da escrita e da arte. Eclosão da arte geométrica que, pela sua função decorativa, substitui a escrita; o ínterim entre silábico e o alfabeto. Reaparecimento da arte figurativa (cenas de luto e de morte) coincidindo com o aparecimento do alfabeto. A fala re-esposa novamente seu corpo gráfico com a equação significado-significante simbôlico, e a arte retoma sua função de expressar significantes plásticos imaginários. Desmembramento do corpo na Ilíada e re-membramento na idéia do soma (corpo inteiro designando o cadáver). Objeto parcial, objeto total, posição depressiva de M. Klein. Totalização incessantemente destotalizada e retotalizada: personalização (J. P. Sartre).


13. SÍMBOLO, SIMBOLIA, ANFIBOLIA, SIGNIFICANTE .............. 179

Para chegar na simbolia é preciso passar pela anfibolia (a dúvida). O psicótico (em convicção delirante) não precisa simbolizar; sua neo-realidade lhe oferece uma versão privada de sua própria verdade sem anfibolia; ele é sua verdade.O psicótico (quando funciona como tal) não tem símbolos, nem tampouco sintomas. O sintoma é uma representação substitutiva simbólica e anfibólica da coisa, um ter; a alucinação e o delírio são um modo de ser. Passagem do ser ao ter. Abordagem genética da evolução psicossexual (Freud, Winnicott, Lacan); perdas originais, neotínea, falta, desejo. O desejo de morte do melancólico, o suicídio: uma colocação em forma simbólica, como uma armadilha, visando colmatar a falha do vazio. A origem da construção simbólica já se situa virtualmente, desde a primeira falha provocada pelas primeiras perdas originais, bem antes do aparecimento da metáfora paterna; o significante forcluído guarda, enquanto protótipo (molde), uma potencialidade simbolizável e, embora mumificando-se, poderia inspirar hieroglificamente um novo significante integrável pelo sujeito. A historicidade ou o eixo fálico do significante garante a interação e a continuidade entre separação (dos laços arcaicos) e diferença (sexos e gerações).


14. APLICAÇÕES CLÍNICAS DA REPRESENTAÇÃO E DA SIMBOLIZAÇÃO ........................ 199

A hipótese da capacidade de simbolização (forma específica da representação) ao nível do pré-consciente, lugar dos desligamentos e dos religamentos. Capacidade de des-simbolizar e re-simbolizar. Começo de simbolização: o primeiro objeto reconhecido com o outro e de outra forma. Grau da significância do primeiro objeto, linguagem. Caso X e o caso Y: analogias e diferenças quanto ao grau de simbolização e conseqüências ao nível da transferência e do discurso associativo. Caso Z: a função de re-simbolização (religamento) do discurso do analista mobilizando um bloqueio processual provocado pela des-simbolização associativa do paciente. Representações-fantasmas repetitivos correm o risco de transformar a neurose de transferência em neurose atual por um mecanismo análogo ao das reações terapêuticas negativas?

BIBLIOGRAFIA ............................ 207



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