Em fins de 1857, José de Alencar deu uma guinada em sua carreira literária e tornou-se também o principal dramaturgo de seu tempo. Embora o Romantismo estivesse no auge, nos terrenos da poesia e da prosa, o mesmo não se dava no teatro, naquela altura já aberto às novidades do Realismo, que aqui chegavam com as peças francesas de Alexandre Dumas Filho e Émile Augier. O leitor acostumado à imagem de Alencar como escritor romântico vai se surpreender com as comédias reunidas no presente volume. Se O Rio de Janeiro, verso e reverso mostra ainda o lado ameno do observador da vida social, O demônio familiar e As asas de um anjo revelam o autor polêmico e corajoso, enfrentando dois temas espinhosos no seu tempo. Na primeira, cujo sucesso em cena foi extraordinário, a escravidão doméstica lhe dá material para execrar esse costume das famílias brasileiras; na segunda, o tema da prostituta regenerada pelo amor é abordado de forma nada convencional, o que, aliás, contribuiu para que a peça fosse proibida pela polícia.
Índice
Introdução IX
Cronologia XXV
Nota sobre a presente edição XXIX
COMÉDIAS
O Rio de Janeiro, verso e reverso 3
O demônio familiar 97
As asas de uma anjo 279