Autor: Joseph Moingt e cols.
Editora: Companhia de Freud
Ano: 2002
Nº págs.: 380
Categoria Principal: Lacan
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Com efeito, o que se joga e se busca sob a égide do ódio pelo pai? Não o acesso ao gozo da mãe, mas a castração do pai como transmissão exigível de minha própria castração. Com efeito, se o pai não a transmite, só posso então endereçar-lhe a reprovação de ter-me feito mal; pois o ódio só se dirige aquele que está em posição exaltada de Criador e mestre e, se me considero, pois, mal feito, só pode ser culpa dele. Assim, está em jogo encontrar, sob a égide da articulação do ódio, o real da paternidade, ou seja, a castração, segundo a qual o Pai não se basta a si próprio, não se cria a lei como um Deus criador, mas está submetido à lei do desejo. E ele só representa e só sustenta esta lei na medida em que dela padece encontrando a causa de seu desejo fora dele nesta mulher, que chamo minha Mãe. Termino, portanto, dizendo que o único fiador da função paterna é a posição de um homem que fez de uma mulher a causa de seu desejo. O que acontece com ela, em contragolpe, como uma mulher não é mais importante (o Nome-do-Pai nela estando suposto quoad matrem!). O importante quanto ao pai está alhures: se ele está voltando para essa mulher, então ele pode cuidar de seus filhos, sem procurar estabelecer com eles uma relação de gozo. Assim, o que lhe diz respeito, ele quanto ao seu gozo com a mãe de seus filhos, permanece atrás do véu do semidizer, coberto pelo manto de Noé: nada a saber, de modo que sobre essa janela vazia de saber o filho ou a filha possa ali colocar a tela da fantasia dele ou dela. Sem esse justo semidizer, o pai cai na perversão: Nada pior do que um pai que profere a lei sobre tudo, controla tudo, dá voz sobre tudo. Ele encontra a cumplicidade da criança que, por amor pelo pai, se volta para ele: sadismo do lado do pai, masoquismo do lado da criança (único caso aliais, em que se pode falar de sadomasoquismo!). Voz, voz grossa, provocada de um lado, jaculada, do outro!
Religião e paternidade 7
Joseph Moingt
Há um irredutível do sinthoma? 19
Marie-Madeleine Chatel
Pai, então não vês que estou queimando? 29
Guy Le Gaufey
Do pai incorporado ao sinthoma 37
Jean-Jacques Moscovitz
Dupla filiação e identidades 49
Marie-Lorraine Pradelles
Não Um sem o Outro, ou: o gozo que não era necessário 57
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A propósito de adoção 71
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O amor de Fromm 75
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Uma mulher teve de calá-Ia 87
Jean Allouch
Assim, issit o Pai 111
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O parentesco trobriandês reconsiderado 127
Charies-Hcnrv Pradelles de Latour
De onde nos vem a teoria psicanalítica? Do pai? 151
Christiane Dorner
O amor pelo pai em Freud 17 l
Philippe Julien
De um que diz não 189
Bernard Casanova
Um caso de melancolia 195
Jean-Pierre Dreyfuss
Versão do pai e publicação 221
Christine Toutin
O outro e o lugar 239
Al1ne Maric Chrlstiu
Trancrever sua père-version: Bruno Schulz 267
Pascale Hassoun
Como é dito do pai 279
Erik Porge
Imaginário da procriação e inseminação artificial 299
Didier David
Os desenganos do Papai Noel ou o complexo de Enoch 307
Jean-Jacques Rassial
Observações relativas à linguagem nas perversões 317
Didier Croniphout
Jean- Jacques, ama teu país.
Baldine Saint Cirons
O artista pintor e a questão do pai 317
Jean Fourton
Pai no real- pai simbólico - pai real 357
Alain Didier-Weil
Memória(s) 369
Christian Simatos
Tradução: Raquel Camargo, Sebastião Nascimento Editora: UBU Número de páginas: 320
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