"É assombroso cotejar como a psicanálise e a literatura enfrentam em comum a fascinante tarefa de sondar os labirintos da natureza humana. Compartilham o material e diferem na metodologia. As manifestações do ressentimento terminável e interminável na literatura, na mitologia e na clínica nos possibilitam coligir como o poder do inconsciente gera seus próprios escândalos, tanto no sujeito quanto na psicologia das massas. . . . As diferentes lógicas do inconsciente e da razão não se opõem entre si. Ambas se sustentam mutuamente na realidade, operam de um modo intricado e interagem de forma permanente, conjugando seus efeitos estruturantes e desestruturantes na constituição e no funcionamento da psicologia, tanto individual quanto social."
Prólogo; 9
1. Ressentimento interminável nas comparações fraternas de O mal-entendido, de Albert Camus; 15
2. Remorso interminável na obra de Jorge Luis Borges; 63
3. Culpabilidade encobridora na obra de Franz Kafka; 119
4. Ressentimento, trauma e cisão: suas relações com a ressignificação e a historização; 185
5. Ressentimento terminável e interminável em O último encontro, de Sándor Márai; 225
Referências; 265
Índice de autores; 281
Índice remissivo; 285