Entre a palavra e o silêncio, entre o que diz e o que está implícito em seu dizer, situa-se o texto de Clarice Lispector. Ler o seu texto é penetrar nesse âmbito elétrico onde forças opostas se digladiam. Recuperar a vida concreta significaria reunir o par vida e morte, reconquistar o um no outro, o tu no eu, e assis descobrir a figura do mundo na dispersão dos fragmentos. Mas os fragmentos no texto de Clarice não conseguem se reagrupar de modo a constituir uma figura única. Paradoxiais, sempre questionadas, as imagens se multiplicam, negam, intensificam, aumentam, diminuem, caminham à deriva, procuram.
Apresentação - Berta Waldman; 11
1. Auto-retrato: primeira colagem; 13
2. Uma estrela Clarise; 27
3. Á procura do sevagem coração da vida; 37
4. O lustre implume; 47
5. Alegria difícil, mas alegria; 69
6. Lamentos de um blue; 89
7. A mulher e a alma diária perdida; 105
8. Auto-retrato: segunda colagem; 125
Apêndice
Eppur, si muove; 135
"Não matarás": um esboço da figuração do "crime" em Clarice Lispector; 155
Cronologia; 173
Obras de Clarice Lispector; 177
Bibliografia; 179