É um número que, por si só, atravessou uma difícil fronteira, ao ser preparado durante um momento marcante da humanidade, a pandemia pelo novo coronavírus, Sars- CoV-2. Desta forma, a seção Incidente traz textos que tratam das invasões que sofremos, não somente do próprio vírus, mas da virtualidade que se instalou em nosso fazer psicanalítico.
A seção Argumentos nos leva a pensar nas diversas fronteiras que atravessam a psicanálise, desde suas teorias até suas intersecções com outras disciplinas passando pelas fronteiras que se impõem pela própria vida psíquica.
O Dossiê aborda a frágil fronteira Natureza/Cultura e nos propõe o contato com os pensadores de outras áreas da cultura. Este contato com o Outro da psicanálise também ocorre com O Estrangeiro, ao quebrarmos fronteiras e promovermos encontros.
Em Vórtice, Calibán fala da necessidade do Humor na sala de análise.
A necessária quebra que o humor provoca e a forma instigante com que propõe trabalhar questões por vezes trágicas, é o tema da entrevista de Tute, presente em Textual.
E em Extramuros observamos a interlocução necessária entre os psicanalistas, num debate sobre temas sociais, políticos e institucionais, fundamentais para um psicanalista ligado ao seu tempo e à polis.
Calibán, RLP, a partir de todas estas vertentes, sugere pensarmos, a partir da psicanálise, o mundo em que vivemos, os sujeitos que somos, as fronteiras que criamos ou borramos, as que nos libertam ou aprisionam e como nos movemos entre elas – ou como elas, em sua mobilidade, nos transformam: #Fronteiras!
Editorial; 6
Janelas (para o mundo); 7
por Raya Angel Zonana
Argumentos: Fronteiras; 12
Quiméricas fronteiras, ou a intranquilidade da escuta analítica; 14
por Laurence Kahn
A Traumdeutung participa da história; 28
por Gonzalo Percovich
Clínica do cuidado: Estrangeiridade, estrangeiro e estranhamento; 38
por Ilana Katz e Christian Ingo Lenz Dunker
Os exílios do sujeito; 60
por Mirta Goldstein
Quem revirou meus olhos?; 78
por Eduardo de São Thiago Martins
Cruzamentos; 93
por Néstor Marcelo Toyos
Migração e trauma: Uma visão a partir da psicanálise e da experiência pessoal; 111
por Serapio Marcano
O reconhecimento do sujeito: Debates pós-modernos para uma psicanálise de fronteiras; 121
por Valeria Corbella
Incidente: Cenários inéditos; 138
Em busca de palavras; 140
por Marcio de Freitas Giovannetti
Apenas um fino véu; 146
por Laura Veríssimo de Posadas
Pandemia, fronteiras e sessões virtuais; 150
por Alberto C. Cabral
Nem distopia nem utopia: O que vem adiante?; 158
por Bernard Miodownik
Transitar o caminho analítico em meio à quarentena; 161
por Olga Varela Tello
Sobre a prática analítica na realidade virtual; 164
por María Alejandra Rey
Vórtice: A importância do humor na clínica; 168
O consolo do ego; 170
por Jorge Kantor
Di-versas diversões sobre o humor e o riso; 173
por Fernando Orduz
Humor na análise; 175
por Agustina Fernández
O bom senso do bom humor; 178
por Teresita Ana Milán
Setting bem-humorado; 181
por Sonia Eva Tucherman
O humor na análise a análise do humor; 184
por Antonio Velásquez Convers
O humor no divã; 187
por María del Carmen Ramos
Saber fazer/fazer saber; 189
por Carlos Bruck
O humor e seu lugar na cultura atual; 191
por Daniel Rodríguez
Sobre o humor; 194
por Andrés Rascovsky
Dossiê: Natureza/cultura: A queda de uma fronteira; 196
Depois da natureza?; 198
por Gabriela Levy
Fronteiras entre vida e não vida: O vírus no Antropoceno; 202
por Alyne Costa
Natureza/cultura: Descentramento, crítica e desafios das ontologias não dualistas; 209
por Felipe F. Vander Velden
A virada vegetal; 218
por Emanuele Coccia
Desencarcerar os corpos?; 223
por Bruno Latour
Instabilidade do par natureza/cultura: As novas tecnologias reprodutivas conceptivas na constituição do parentesco; 232
por Naara Luna
Extramuros; 239
Observatório Psicanalítico da Febrapsi: Atravessando fronteiras; 240
por Maria Elizabeth Mori
O Estrangeiro; 252
Ser música e fazer música: Ser mulher e fazer jazz; 254
por Alain Derbez
Textual; 259
Uma aposta no acidente; 260
Entrevista com Matías Loiseau (Tute)
Bitácula; 282
