O que pensar acerca de ações voluntárias, que são referidas socialmente como fazer o bem, ajudar o próximo? Quais motivações inconscientes podem estar em jogo? Serão elas sempre úteis e adequadas àqueles que as recebem? E esses outros a quem nos referimos nessas situações como carentes, desfavorecidos, desamparados, que posição ocupam nessa relação, o que pode vir a produzir nesses sujeitos uma possível experiência como essa? Para responder a esses questionamentos, a psicóloga e psicanalista Rachele Ferrari, nos convoca, de forma sensível e contundente, a pensar e a nos posicionar sobre o fazer voluntário. É justamente o resultado desse trabalho que agora poderá ser conferido em Voluntariado: uma dimensão ética.
Com base em uma experiência no ambiente corporativo, onde assessorou um Programa de Voluntariado em que funcionários acompanhavam jovens ditos desfavorecidos, Rachele, na melhor tradição freudiana, analisou os impasses envolvidos nessas ações. O objetivo é compreender o que motiva as pessoas a se engajar em favor dos outros, geralmente estranhos a seu meio e normalmente carregados de sofrimentos e situações de vida muito tumultuadas. Consequentemente, a autora busca entender ainda a baixa fidelização dos voluntários, levando a psicanálise a campo.
13 Apresentação/ Regina Macedo e Tarsila Arnone
15 Prefácio, Luís Cláudio Figueiredo
19 Introdução
23 Um breve percurso na história do voluntariado e na histôria de minhas questões acerca do voluntariado.
26 O Programa Mentoring Social da HP Brasil
31 O ponto de partida: o Programa Mentoring Social da HP Brasil
31 Origem e funcionamento do Programa
40 O meu trabalho com os voluntários e com os jovens
47 A construção de um trabalho à luz da psicanálise
47 Partindo da psicanálise
71 A construção de um lugar de psicanalista em um contexto de voluntariado
87 Sobre esse inquestionável fazer o bem...
97 Voluntariado: motivações, riscos e ganhos
105 Impasses e possibilidades nas histórias de voluntariado
105 Joana e Renata
127 Marco e Leonardo
136 Um fragmento de supervisão em grupo
151 Considerações finais
157 Referências