Em quantos mundos vivemos?
Este livro procura investigar psicanaliticamente os andaimes da construção da realidade quotidiana. Desde os mundos, mas simples, aquele das histórias bíblicas ou o das fadas, passando pelo mundo da família da adolescência, da doença, até chegar aos mundos dos sentimentos – saudade, teimosa, dor de cotovelo. Detém-se numa investigação profunda das raízes do pensar e do agir – em especial, dessa forma extrema de ação que é o atentado político, ou, ainda melhor, a política que se transformou, hoje, em regime do atentado. Não se pode dizer que esta obra convide o leitor para um ameno passeio no campo, mas para desbravar a selva das metrópoles, com a esperança de aí abrir uma clareira para a razão. Por isso, tematiza a mentira, tanto em sua forma nobre – a mentira original que funda o real humano, rompendo o cerco das coisas materiais –, até a forma perversa da mentira, a farsa.
Também por isso, analista a função da rotina, artífice da montagem que disfarça os andaimes do real, criando uma aparência de realidade natural para nossas vidas, de perfeita normalidade em meio ao absurdo.
Andaimes do Real: Psicanálise do Quotidiano põe em marcha a aventura de aplicar o método psicanalítico ao "mundo normal". Só que, quando se abre por um efeito de ruptura de campo, o mundo em que vivemos nos parece tudo, menos normal...
PARTE PRIMEIRA
Três Introduções a caminho do quotidiano 11
Capítulo 1
O MOMENTO DA PSICANÁLISE 13
Capítulo 2
PSICANÁLISE DO QUOTIDIANO : 33
Capítulo 3
ACERCA DA MENTIRA E DO ERRO NECESSÁRIO 43
PARTE SEGUNDA
Realidade................. 67
Capítulo 4
UMA REGRA EM TRÊS HISTÓRIAS 69
Capítulo 5
A MORAL NO PAÍS DAS FADAS 93
Capítulo 6
DES/OBEDE/SERÁS 127
PARTE TERCEIRA
O Mundo em que Vivemos 153
Capítulo 7
O PENSAMENTO 155
Capítulo 8
O ATO 195
PARTE QUARTA
OS Sentimentos 215
Capítulo 9
APEADEIROS DA SA UDADE 217
Capítulo 10
INTRODUÇÃO À TEIMOSIA 233
Capítulo 11
NA INSTAURAÇÃO DA SUBJETIVIDADE, A DOR-DE-COTOVELO .. 251
PARTE QUINTA
Sobre a Teoria Psicanalítica do Real 265
Capítulo 12
CONCLUSÃO: REALIDADE E REAL NA OBRA FREUDlANA 267