REPENSANDO A PSICOLOGIA

Repensando a Psicologia constitui coletânea de textos cobrindo ampla variedade de temas. O título é retirado do primeiro estudo, de resto centrado na discussão das relações envolvendo psicologia e psicanálise. Esse texto está intimamente ligado ao segundo, no qual se examina o problema da dispersão da psicologia, e se analisam as quatro grandes correntes epistemologicamente diferenciadas que se desenvolveram especialmente na primeira metade do presente século.

Quatro outros textos estão dedicados a considerações envolvendo processos cognitivos. Dois deles centram-se no estudo da percepção, sendo no primeiro examinados seus fundamentos históricos e epistemológicos e, no segundo, sua dimensão estética. Os dois outros apontam para as relações entre pensamento e linguagem e para as formas assumidas pela memória, nestas destacando-se a forma social e cultural, domínio em que ganham grane relevo as contribuições derivadas do movimento da psicologia histórica ou da psicologia da cultura, com justo destaque às contribuições produzidas por J.P. Vermant.

Três outros textos estão centrados em considerações sobre a filosofia moral, sobre a teoria da justiça e sobre as ideias psicossociais de Friedrich von Hayek, estas principalmente ligadas à teoria da justiça social.

Quatro textos desenvolvem considerações sobre a natureza do corpo próprio, ou seja, do corpo tal como nós o vivenciamos ou como nós o somos, e sobre a análise do corpo concebido como máquina, ressaltando-se aqui a contribuição recebida de Descartes e sua acolhida pelo movimento da racionalização do trabalho, mostrando-se, ainda, a crítica demolidora recebida por Chaplin.

Um texto que se pode considerar central explora a relevância da presença do pensamento filosófico na psicologia contemporânea. Sua importância reside na reivindicação de maior espaço para o estudo da história da psicologia nos cursos de graduação e mesmo nos de pós-graduação, desde que centrados na busca das raízes conceituais que caracterizam a psicologia.

Finalmente, uma análise puramente centrada no domínio da sociologia do conhecimento aponta para a proximidade envolvendo Lenin e Freud, de resto objetivando prolongar as relações epistemológicas que sempre foram ressaltadas entre Marx e Freud, especialmente por P. Ricoeur.