Sempre dolorosa e paradoxal é a relação do homem com o tempo. Tempo que se deseja controlar é o tempo que não se pode deter¿ Há cerca de trinta anos, o tema abordado neste livro seria de interesse de uma parcela bastante restrita da população, as pessoas da chamada terceira idade. No entanto, a partir da virada do século XXI, o envelhecimento se converteu gradual e progressivamente em preocupação de pessoas cada vez mais jovens. O flagrante aumento da preocupação com a manutenção da beleza e da juventude e a tomada do envelhecimento como uma das principais questões do homem ocidental contemporâneo merecem um exame detalhado, tanto das condições sociais quanto dos movimentos subjetivos, marcados pela lógica mercantilista. Quando o envelhecimento é vivido como adoecimento, vive-se ao mesmo tempo o medo da exclusão social e o horror diante do desamparo e da perda das referências afetivas.
Introdução 27
1. Sob a égide do narcisismo 49
2. O "não" tempo da pulsão de morte 95
3. As dores são começo, meio e fim? 139
4. Angústia do real de um corpo que envelhece 187
5. A mulher, a feminilidade e o gênero feminino 231
A parábola das estátuas pensantes 271
Referências 295