Escrever no papel recebido da vida. Papel a ser dobrado, rasurado, reescrito. Papel que se transforma com as marcas da vida incrustadas em suas nervuras. O envelhecimento nos acompanha desde que nascemos e se escreve também por linhas incertas, quase invisíveis sobre as quais tantas vezes nos perdemos, mas não para, isso é certo! Escrevemos um mesmo livro com múltiplas versões e um final sempre incerto. A memória é uma escrita que caminha com a vida, habitando as lembranças, as escolhas, a imagem, o corpo, a sexualidade, o amor e outros afetos. Estamos sempre escrevendo, lendo, rememorando e traduzindo o que foi escrito sob a marca de um estilo: arranjos particulares na maneira de compor um texto com as letras recebidas. Sentir-se identificado com seu estilo é saber fisgar e escrever com a marca que é sempre própria. A velhice é a escrita desse singular.
Apresentação 13
Introdução 15
Capítulo I - A velhice é uma escrita 19
Capítulo II - Do espelho e outras ficções 41
Capítulo III - A escrita no corpo e seus destinos 71
Capítulo IV - De uma memôria que não se apaga 85
Capítulo V - Sobre o amor e outros afetos 109
Referências 145